Até pouco tempo atrás, seria impensável encaminhar-se a uma convenção de psiquiatras para ver palestras sobre isto alimentação. Hoje, contudo, a nutrição está ganhando terreno no campo dos estudos da mente saudável. Desde 2009, uma linha de investigação traça um elo íntimo entre a composição do prato e o surgimento da depressão. No último Congresso da Associação Americana de Psiquiatria, houve um módulo todo dedicado a este tema.
Durante tua apresentação, o psiquiatra Drew Ramsey, professor da Universidade Colúmbia, nos Estados unidos, chegou a expor uma escala de nutrientes cruciais pela prevenção e no duelo ao distúrbio. AlimentaçãoTeste: você domina quais alimentos aliviam ou pioram a depressão? Concretamente, as provas de que a cuca sofre se não prestamos a devida atenção nos alimentos estão cada vez mais fortes.
Entre as melancólicos resultâncias disso estão a pequeno oferta de neurotransmissores e falhas na intercomunicação entre os neurônios. São alterações que, de acordo com a professora, elevam a probabilidade de afrontar desordens mentais, como a própria depressão. O modelo alimentar que se sobressai contra as sombras da melancolia é a ilustre dieta mediterrânea, farta em pescados, nozes, cereais, grãos integrais, vegetais em geral e azeite de oliva. Ela é a estrela de uma longa investigação com cerca de sete quatrocentos membros, o estudo espanhol Predimed.
O trabalho é focado em doenças cardíacas, mas os autores também coletaram fatos acerca da depressão. Ao se debruçarem especificamente sobre isto esse recorte, estudiosos da Sociedade Internacional pra Pesquisa em Nutrição Psiquiátrica (ISNPR, pela sigla em inglês) notaram um elo nítido entre o menu mediterrâneo e a prevenção do transtorno mental – sobretudo entre diabéticos. “Uma dieta de melhor característica tem sido periodicamente associada a um pequeno risco de depressão”, atesta Felice Jacka, presidente da ISNPR e diretora do Centro de Alimentação e Humor da Universidade Deakin, pela Austrália.
Para ter ideia de quão palpitante está a área, a ISNPR já marcou pra julho de 2017, em Washington, a capital americana, o primeiro congresso internacional para conversar a interferência da alimentação nas desordens psiquiátricas. Mais uma prova de que a cabeça tem mesmo suas demandas à mesa. O ponto forte de uma rotina alimentar equilibrada é impossibilitar que o organismo fique ante estado de inflamação.
“Nesse episódio, há a inibição do chamado fator neurotrófico, responsável pelo impulsionar a geração de novos neurônios”, explica o médico Sérgio Tamai, da Associação Brasileira de Psiquiatria. Vários experimentos sinalizam que irregularidades por este recurso (a neurogênese, pros íntimos) incitariam abalos depressivos. Certos nutrientes têm afinidade especial com a massa cinzenta. O ômega-3, a gordura bacana dos peixes, por exemplo, não foi mencionada à toa na escala do professor Ramsey.
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Ela é caríssima aos neurônios. Isso visto que a membrana deles é construída por ácidos graxos, nome técnico das gorduras. Se elas forem benéficas, como o festejado ômega-3, essa estrutura se torna mais fluida. “Com isso, as células nervosas se comunicam com facilidade”, esclarece a nutricionista Mariana Passadore, professora do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo. Algumas pesquisas até sugerem que, em casos graves de depressão, a suplementação desta gordura seria bem-vinda. “Também está claro que a deficiência de vitamina B12, encontrada em carnes, e de ácido fólico, presente em frutas e verduras, é ligada a manifestações depressivas”, informa Tamai. O psiquiatra conta que, às vezes, é necessário mesmo recorrer às cápsulas pra arrumar essas falhas.
“Sempre é vantajoso manter bons hábitos alimentares”, ressalta Gary Wenk, professor de psicologia e neurociências da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados unidos. Para o autor do livro Your Brain on Food (“Seu cérebro perante a ação da comida”, em tradução livre), os suplementos tendem a ser inúteis em termos de prevenção. É que o cérebro não responderia a um excesso de vitaminas, minerais e companhia. Por outro lado, Wenk reforça que a massa cinzenta se ressente com a inexistência de nutrientes críticos.
Os carboidratos estão na listagem. Afinal, eles se transformam em glicose, que fornece energia para a cachola funcionar. “Dietas que restringem esse nutriente causam um estresse gigante para o organismo”, assegura Mariana. A mais recomendada versão é aquela detectada em frutas, oleaginosas, grãos e cereais integrais. Alimentos mais naturais e integrais calham de ser cheios de fibras, que bem como prestam serviço à nossa cabeça.
Só que a ação não é tão direta. Ocorre que essas substâncias sugestionam, lá em nosso ventre, a constituição da microbiota intestinal, deixando-a com um perfil de bactérias positivo. E agora existem evidências contundentes de que povoar a flora com moradoras, digamos, bondosas, não só fortalece o sistema imunológico como favorece o bem-estar cerebral. Acha que é excesso?